Ciclo de Reflexão e Debates
Uma abordagem histórica
Através de um decreto do governo do estado, 2011 foi instituido como o ano do cinquentenário do Movimento da Legalidade. Várias atividades estão sendo preparadas para comemorar este momento. Em nossa cidade, dia 15 de agosto,na Unijui, aconteceu o Ciclo de Reflexão e Debates dos 50 anos da Legalidade- Uma abordagem histórica.
Estiveram presentes, pela manhã, os jornalistas Carlos Bastos e Lauro Hagemann, o advogado Chistopher Goulart, (neto de João Goulart) e Ney Ortiz Borges ( ex deputado federal), que debateram assuntos relativos ao Movimento da Legalidade, contribuindo para uma melhor compreensão deste período tão importante.
As turmas 20 e 30 do Curso Normal participaram das palestras, juntamente com as demais turmas de 2ºs e 3ºs anos de nossa Escola.
Entenda um pouco do Movimento da Legalidade
O Rio Grande do Sul sempre foi protagonista de grandes momentos da vida política brasileira, com um espírito combativo e contestador. Um dos mais brilhantes capítulos, sem dúvida alguma, foi o Movimento da Legalidade. Jânio Quadros renuncia à presidência da República, pouco mais de sete meses após sua entrada, alegando forças ocultas até hoje não identificadas com clareza. O vice-presidente, João Goulart, encontrava-se em visita oficial à República Popular da China, um país comunista em sua essência.
Naquele momento a Guerra Fria comandava o mundo, num embate entre Estados Unidos e União Soviética. Os militares e as forças conservadoras, representadas pela elite dos estados centrais, começaram a endurecer o jogo, montando uma estratégia para evitar a posse legítima do vice-presidente, o classificando como um perigo comunista.
O então governador do Estado, Leonel Brizola, astuto, prevê as dificuldades e começa a estruturar a resistência que possibilite a posse de Jango. Requisita os transmissores da Rádio Guaíba, guarnecidos pela Brigada Militar, que empresta todo seu apoio ao movimento, montando a Rede da Legalidade, com mais de cem emissoras espalhadas por todo o país, retransmitindo as mensagens vindas do sul. A população sai às ruas e coloca-se a disposição para um eventual conflito. A Praça da Matriz é tomada pelo povo. Dos porões do Palácio Piratini, Brizola conclama o povo brasileiro à resistir e lutar pela ordem democrática e constitucional. O comandante do III Exército, general Machado Lopes, adere ao movimento e garante condições para que Jango desembarque no Estado.
Foram pelo menos 13 dias de intensa mobilização e tensão. No dia 7 de setembro, João Goulart toma posse, mas no regime parlamentarista. O mineiro Tancredo Neves assume como primeiro-ministro. O resultado não era o esperado por Brizola, mas deu condições para que um plebiscito fosse realizado em 1962, confirmando a volta do presidencialismo e para que Jango enfim fosse empossado como presidente da República, com seus direitos resguardados, em 1963. O mandato não duraria muito. Em março de 1964, os militares e as velhas forças conservadoras de direita, dão um golpe de estado e implantam uma ditadura que duraria longos 21 anos.
Exposição de fotos " Legalidade - 50 anos " e " 60 anos de vida pública de Leonel Brizola
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